Vírus do Papiloma Humano – HPV
O vírus do Papiloma Humano (HPV) infeta a pele e algumas mucosas, podendo originar o aparecimento de lesões em várias locais do corpo. Esta é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial, sobretudo nos/as adolescentes e atinge tanto os homens como as mulheres.
Sabias que:
Existem mais de 200 serotipos diferentes de HPV, associadas a diversas doenças como as verrugas da pele, as verrugas genitais, o cancro do pénis, o cancro do colo do útero e o cancro do ânus e canal anal.
Os serotipos de HPV transmitidos sexualmente são cerca de 50, e dividem-se em dois grupos:
- HPV de alto risco – incluem os serotipos 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, que são os responsáveis por cerca de 75% das lesões malignas (cancros) genitais.
- HPV de baixo risco – incluem os serotipos 6 e 11, responsáveis pela maioria das doenças benignas: condilomas acuminados ou verrugas genitais.
Como se transmite?
O HPV transmite-se por contacto direto com a pele ou mucosas infetadas durante o contacto sexual, com ou sem penetração.
Também há transmissão por contacto orogenital.
A infeção por HPV é mais frequente nos/as mais jovens e nos primeiros anos após início da atividade sexual, sendo a infeção de transmissão sexual mais frequente nestas idades.
Como se manifesta?
Na maioria dos casos, a infeção por HPV não ocasiona qualquer manifestação (é assintomática) e o organismo elimina o vírus algum tempo após a infeção (1 a 2 anos). Se o vírus persistir e a pessoa estiver infetada por HPV de alto risco podem surgir meses ou muitos anos após o contágio, lesões pré-cancerosas ou mesmo cancros nas áreas anal ou genital,
Algumas pessoas com HPV de baixo risco podem ter condilomas acuminados ou verrugas genitais, que se surgem semanas ou meses após o contágio. Têm o aspeto de pequenas formações de superfície irregular, ou de verrugas ou cravos, que podem confluir ocasionando, lesões de maiores dimensões com aparência de couve-flor. Localizam-se na pele e/ou mucosas da área genital e/ou anal. Nas mulheres podem surgir nos grandes lábios, vulva, vagina e colo do útero; nos homens no forro do pénis, sulco balanoprepucial, glande e meato urinário Em ambos os géneros pode haver verrugas na cavidade oral resultantes da transmissão por sexo oral.
Qual o período de incubação do vírus?
Período de incubação: 3 semanas a 8 meses vírus de baixo risco; anos para os vírus de alto risco
Como se diagnostica?
O diagnóstico dos condilomas ou verrugas baseia-se na observação das lesões.
Existem teste de biologia molecular que detetam o ADN do HPV e possibilitam a caracterização (serotipo) do vírus mas não são utilizados no diagnóstico de lesões benignas nem fazem parte de um rastreio regular da infeção HPV. Utilizam-se no diagnóstico de alterações morfológicas pré-cancerosas e de cancros.
Para o rastreio da infeção do colo do útero e diagnóstico das lesões pré-cancerosas e cancerosas realizam-se exames próprios, (citologia ou Papanicolau e colposcopia) efectuados em consultas de ginecologia ou planeamento familiar, com biopsia e/ou pesquisa do ADN do HPV e identificação do serotipo.
O diagnóstico das lesões do ânus e reto é feito em consultas da especialidade, com recurso a técnicas de anoscopia e retoscopia, também com biopsia e pesquisa do ADN viral com serotipagem.
Como se trata?
Não se conhecem ainda medicamentos que eliminem o HPV do organismo, mas a maioria das pessoas tem um sistema imune adequado e consegue eliminar o vírus.
Existem tratamentos para as lesões originadas pelo HPV selecionados de acordo com diversos fatores: a idade, o local da infeção, tipo e número de lesões, e o estado de saúde do indivíduo. Os métodos podem variar entre a aplicação de medicamentos nas lesões, a crioterapia, a eletrocoagulação, laser ou, por vezes, a excisão cirúrgica. Todos estes tratamentos destroem as lesões mas não eliminam o HPV do organismo.
Quais os principais fatores de risco?
O principal fator de risco é o contacto sexual com pessoa infetada.
A multiplicidade de parceiros e as relações sexuais ocasionais aumentam o risco de exposição ao vírus.
A presença de outra infeção sexualmente transmissível, nomeadamente do VIH, torna mais difícil a eliminação do HPV pelo organismo e o tratamento das lesões.
Como se previne?
A prevenção da infeção HPV depende, sobretudo dos comportamentos sexuais adotados e da Vacinação (ver abaixo)
O uso do preservativo masculino/feminino e dental dam/barra de látex de forma consistente pode dar alguma proteção, mas não previne completamente a transmissão.
Numa situação que seja detetado o vírus ou surjam sintomas o/a parceiro/a sexual deve ser também observado pelo médico/a, para que ambos sejam tratados e aconselhado.
Vacina HPV
Em Portugal faz parte do Programa Nacional de Vacinação (PNV) a vacina nonavalente contra o HPV. Esta vacina protege contra 9 tipos de HPV de alto e baixo risco (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58) e é muito eficaz na prevenção da infeção por estes tipos de HPV.
A vacina deve ser feita pelas mulheres, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, ou consoante recomendação médica. É administrada gratuitamente às meninas de 10 anos, em 2 doses com intervalo de 6 meses entre elas.
Os rapazes também podem ser vacinados, mas para eles, em Portugal, a vacina não está no PNV, e tem de ser receitada individualmente. Neste caso, deve falar com um/a médico/a.
Fonte
https://www.apf.pt/infecoes-sexualmente-transmissiveis/virus-do-papiloma-…
http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/paginas-intermedias/para-todos/pais-e…
http://www.spginecologia.pt/uploads/a-nova-vacina-contra-o-hpv.pdf
https://www.spdv.pt/_grupo_para_o_estudo_e_investigacao_das_doencas_sexu…
https://www.cdc.gov/hpv/parents/about-hpv.html?CDC_AA_refVal=https%3A%2F…