Métodos previstos
Dois métodos
Existem dois métodos para interromper a gravidez: método cirúrgico e método medicamentoso. A mulher poderá escolher o método que pretende, embora a decisão deva ser tomada em conjunto com o médico, que pode avaliar o método clinicamente mais adequado à situação. Ambos os métodos podem ser feitos em regime de ambulatório, ou seja, sem ser necessário internamento.
Aborto cirúrgico
O aborto cirúrgico consiste na aspiração do conteúdo uterino, com uma sonda plástica, sob anestesia geral ou local.
Para preparar o colo do útero e tornar mais fácil a intervenção, 3 horas antes do procedimento são administrados 2 comprimidos, por via vaginal ou bucal (isto é, derretidos na bochecha).
A intervenção dura poucos minutos (entre 5 a 20 minutos) e a permanência no serviço demora normalmente uma manhã ou uma tarde.
Aborto medicamentoso
A interrupção medicamentosa consiste na administração de fármacos, cuja ação interrompe a gravidez. Os fármacos utilizados são o Mifepristone e o Misoprostol.
O Mifepristone é tomado sob a forma de comprimido e atua bloqueando a hormona responsável pela manutenção da gravidez, a progesterona.
O Misoprostol, combinado com o Mifepristone, irá provocar contrações do útero, causando hemorragia e a expulsão do conteúdo uterino.
Protocolo para a IVG medicamentosa:
- 1º dia – Toma do Mifepristone no estabelecimento de saúde: 1 comprimido (200mg) por via oral. A mulher leva para casa os comprimidos de Misoprostol, que deve administrar cerca de 2 dias depois.
- 3º dia (36 ou 48 horas após a toma do Mifepristone) – Toma do Misoprostol, que pode ser feita em casa: 4 comprimidos (800 mcg) por via bucal (derretidos na bochecha) ou por via vaginal. Em alguns hospitais podem ser administrados apenas 2 comprimidos de Misoprostol (400 mcg), também por via bucal (derretidos na bochecha) ou por via vaginal.
Embora haja regimes terapêuticos que preconizem uma dose menor de Misoprostol em gravidezes com menos de 7 semanas de gestação, quase todas as consultas administram já a mesma dose, em qualquer idade gestacional, para aumentar a eficácia do método. Quanto à via de administração, pode variar em cada instituição ou até ser individualizada para cada mulher.
Habitualmente é marcada uma consulta de follow-up para cerca de 2 a 3 semanas após estes procedimentos, para observação da mulher e confirmação da eficácia do método.